Sempre escutei dos ouvintes quando ao me conhecerem pessoalmente, a frase: Você é totalmente diferente do que eu o imaginava.

Que bom te ver…, gosto muito dessa rádio, das coisas que vocês falam e das músicas que vocês tocam.

Engraçado pensava comigo, porque as pessoas sempre falavam aquilo. Mesmo sem me conhecerem, o porquê do carinho nesta identificação.

Fui buscar respostas e olha só que coisas incríveis pude constatar.

A década de 90 foi considerada pelos neurocientistas a década do cérebro e nunca tantos mistérios dessa incrível máquina pensante, foram tão desvendados como nessa década.

Descobriu-se então que todos os sons que ouvimos, caminham por um tronco neural auditivo que passa por uma região nobre do cérebro chamada amigdala.

E que relação o rádio teria com tudo isso?

Observe, a música é o principal conteúdo veiculado no rádio e simultaneamente a voz do locutor acaba pegando uma carona nesse processo.

Provavelmente o desenvolvimento mais importante das pesquisas tenham sido as descobertas de que a música é percebida através da parte do cérebro que recebe os estímulos das emoções, sensações e sentimentos, sem antes ser submetida aos centros cerebrais envolvidos com a razão e a inteligência.

Ou seja, a pessoa quando ouve no rádio uma música do seu agrado, age pela emoção e não pela razão. Portanto, quando ouvirmos uma música, ela ativa dentro do cérebro as mesmas regiões que participam do processamento das emoções. Agora o mais incrível destas descobertas é que as imagens cerebrais analisadas mostraram que as músicas e as mensagens faladas captadas pelo nosso ouvido, passam pelas mesmas zonas do cérebro que ativam os estímulos biológicos vitais.

É esta parte do cérebro que aciona a vontade de comer e beber, passando ainda pelos sentimentos de proteção, defesa, medo, libido, alegria e tristeza.

Isto quer dizer que quando ouvimos rádio, as mensagens sonoras levadas para dentro de nós através do troco neural da audição, passam por uma das regiões mais nobres do cérebro, que é a principal área do processamento emocional no córtex.

É lá que ficam armazenadas as informações da nossa consciência, que mostram quem somos, como somos, como pensarmos e agirmos em relação a tudo que nos cerca.

Em suma, a música, assim como as palavras bem combinadas entre si, é capazes de despertar sentimentos e reviver lembranças dentro de nós.

É um universo de significados, representações e percepções distintas, tornando possível afirmar que cada pessoa perceberá as mesmas sensações de modos diferentes.

Esse tipo de sentimento aciona diversas áreas do cérebro humano, nos induzindo à atitudes, pensamentos e emoções.

As constatações da ciência mais significativas à respeito do assunto foram resumidas e estão enumeradas como se segue:

  1. A música é percebida e desfrutada sem necessariamente ser interpretada pelos centros superiores do cérebro que envolvem a razão e o julgamento.
  2. A resposta à música é mensurável, mesmo quando o ouvinte não está dando uma atenção consciente a ela.
  3. Há evidências de que a música pode levar à mudanças de estados de espírito pela alteração da química corporal e do equilíbrio dos eletrólitos.
  4. Rebaixando o nível de percepção sensorial, a música amplifica as respostas às cores, toque e outras percepções sensoriais.
  5. Tem sido demonstrado que os efeitos da música alteram a energia muscular e promovem ou inibem o movimento corporal.
  6. Música rítmica altamente repetitiva tem um efeito hipnótico.
  7. O sentido da audição tem um efeito maior sobre o sistema nervoso autônomo do que qualquer outro sentido.

Diante de todos estes estudos sobre o cérebro que trouxeram à luz do conhecimento inúmeros resultados reveladores, podemos a partir de agora tratar o tema do carisma do comunicador e da programação musical da emissora de maneira mais consciente, científica e real.

Hoje podemos concluir que ao nos utilizarmos da música e da palavra falada nos veículos de mídia eletrônica, estamos exercendo um dos recursos mais poderosos na esfera da comunicação humana.

Música, imagem e palavras se misturam entre si, fazendo com que a pessoa realize silenciosamente um dialogo mental com as suas emoções.

Acabo por concluir que o carinho e a identificação que o ouvinte manifesta pela rádio e por seus comunicadores tem uma relação direta com o processo interno ligado às emoções.

Cyro César – novembro 2019

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