Rádio Mulher em São Paulo, como assistente de produção do programa radiofônico de Hebe Camargo.

O trabalho não era remunerado. Mesmo assim, o considerei meu primeiro emprego.

A história daria o capítulo de um livro motivacional; eu estava com 16 anos e fazia aulas de reforço de matemática no bairro da Granja Julieta em São Paulo e a casa do meu professor era vizinha a da Rádio Mulher.

Ficava durante horas olhando aquela antena enorme, eu já era apaixonado por rádio e assim quando entrava ou saia das minhas aulas, ficava ligado ao movimento da rádio.

Um dia, chegou um Opala Comodoro preto na porta da emissora e dele saiu a Hebe Camargo. Fiquei boquiaberto ao ver uma das damas da televisão brasileira passando bem na minha frente.

Não pensei duas vezes e fui atrás, parei na recepção para “tietar” e logo perguntei para a recepcionista como fazia para trabalhar na rádio e quem poderia me ajudar. Ela respondeu que só estava lá o chefe de operadores, o Adelino Mundin.

Rompi a timidez, entrei e fui até a sala dele que logo perguntou: – o que eu desejaria fazer? Respondi que queria ser locutor.

Ele disse que eu era muito novo, mas, ia me dar uma oportunidade para trabalhar como estagiário na função de assistente de produção. Teria que cuidar da discoteca, atender telefone, fazer o que fosse necessário.

Topei na hora sem fazer nenhuma restrição. Descobri depois que era o tipo de trabalho que ninguém gostava de fazer, retirar e colocar os discos da programação na discoteca, limpa-los, atender telefones dos ouvintes durante os programas e arrumar os estúdios nas trocas de apresentadores.
Adorava fazer tudo aquilo, não entendia porque as pessoas que trabalhavam lá achavam aquilo uma coisa “chata” de se fazer.

Sinto o cheirinho do ar condicionado, do carpete e dos ambientes confinados dos estúdios até hoje.

Tudo aquilo me levou para onde eu mais desejava, que era ser assistente de produção da Hebe. Era demais, ver toda a simpatia e carisma dela transbordando pelos microfones da rádio. O trabalho não era remunerado, mas para mim não era problema.

Só que chegou o final do ano e eu me afastei para estudar para as provas.

Lembro como se fosse hoje do telefonema que recebi do Adelino, dizendo que eu fazia falta e quando as provas acabassem eu poderia voltar e agora com uma ajuda de custo para cobrir as despesas.

Foi o meu primeiro emprego no rádio! E de lá para cá se passaram 45 anos e continuo muito feliz por continuar fazendo do rádio a minha realização pessoal e profissional.

Considero o meu primeiro emprego como a primeira namorada, você nunca esquece.

 Cyro César – Janeiro de 2020.  

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maio 18, 2020

Meu primeiro Emprego no Rádio. Foi como a primeira Namorada.

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